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terça-feira, 14 de outubro de 2014

Sexto Sono

Eu estava no quinto ou sexto cigarro em menos de cinco minutos, talvez fosse o sexto andar ou o sexagenário ano de minha vida, eu não sabia ao certo, tudo bem, não importa, nada mais me importava mesmo que eu ainda tivesse muita coisa para me importar.
Enfim acendi outro cigarro tentando assim queimar minhas memórias a cinza caia no prato o prato no chão da sala, eu nunca mais havia pisado aqui desde àquela noite, o muro alto demais a vida que seguia, tudo quilo me apavorava demais sua face deteriorando sobre a minha, os espaços vazios que eu mesmo deixei os buracos que cavei na sorte, a dor machucada, os passos que não caminhavam, larguei a felicidade pra lá,  o novelo de neve era eu, como eu poderia acreditar em algo que tinha me deixado assim desta maneira que eu nem sei explicar.
Vou tomar um café a sangue frio para que os dias passem depressa se minha face leiga e desprovida de verdade ou vaidade cair em si novamente me jogo no ar, me desfaço em nó, é me refaço novamente enquanto isso apago o cigarro e guardo as cinzas no bolso, bebo minha pele e finjo finalmente que estou fingindo.